Na noite de hoje o goleiro Aranha, do Santos, voltou a Arena Grêmio depois da partida de ida da Copa do Brasil, onde um grupo de torcedores o atacaram com ofensas racistas, que nunca é demais lembrar que se trata de um crime. O torcedor, quando em grupo, é um ser quase sempre ignorante. A torcida do Grêmio ajudou a mostrar isso. As vaias sempre que o goleiro do Santos pegava na bola mostraram que acharam um culpado pela punição ao clube na Copa do Brasil, por mais que não faça sentido, uma vez que o clube foi punido pro atos racistas que não partiram do goleiro.
Mas teve coisa pior, muito pior. Há quem defenda um excesso de localismo no esporte o famoso “vamos subir!” quando o time da cidade está perto do acesso e outras coisas do tipo, que também acho interessante, em certas ocasiões. Mas não dá para vestir a camisa de um clube na hora do trabalho. Ou melhor, não dá para fazer jornalismo vestindo a camisa de um time.
Isso ficou claro na partida entre Grêmio x Santos. Várias das perguntas feitas ao goleiro Aranha tentavam diminuir o que aconteceu na partida anterior. A troco de quê? Não sei. Alguém, que não identifiquei, perguntou para o santista porque seria diferente as vaias na partida de hoje com vaias feitas em outra ocasião. A resposta não poderia ser outra: “foi diferente por tudo o que aconteceu”.
Isso. Ele foi visto como inimigo por ter sido agredido. É o ódio contra o agredido mais do que contra o agressor, algo que é visto no Brasil em outros tipos de crimes também. E pelo o que pode ser visto hoje, alguns profissionais da imprensa decidiram vestir o manto de “vítima de perseguição” que muitos torcedores gremistas estão vestindo. Poderiam usar o tempo que usam tentando diminuir a agressão discutindo maneiras mais eficientes de eliminar o racismo dos estádios e, porque não, da própria sociedade.