Segundona do Catarinense começa sem televisão

Camboriú volta a competição após o título de 2011

Camboriú volta a competição após o título de 2011

Apesar das conversas de que a Segundona do Campeonato Catarinense poderia ter transmissão da televisão, isso não vai acontecer. O presidente da FCF chegou a falar num dos conselhos técnicos que tinha sido procurado pelo SBT para isso. Mas nada. A Associação dos Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina (SCClubes) apostou todas as fichas no Grupo RBS e nesta quarta-feira, Guarani de Palhoça e Camboriú abrem a competição sem transmissão televisiva. Como nos outros anos, quem quiser acompanhar vai ter que ir nos estádios ou acompanhar pelo rádio.

Há a possibilidade de que a TV Com SC comece a transmitir a competição a partir do quadrangular, mas não há nada garantido. A chance das transmissões começarem antes dessa fase são menores ainda. A SCClubes estava mais preocupada em garantir que os veículos do Grupo RBS, principalmente a emissora de TV aberta e os jornais impressos, dessem mais cobertura a competição do que nos anos anteriores e conseguiram essa promessa. Fala-se até em “cobertura massiva”, o que eu tento imaginar o que seria com cinco clubes do Estado disputando Séries A e B ao mesmo tempo.

Inegavelmente os veículos do grupo gaúcho possuem um alcance e audiência maiores em âmbito estadual e, por isso, dá para entender a preocupação da Associação em ter bom relacionamento e garantir boa cobertura com a empresa, mas não sei se era motivo de sequer tentar vender a competição para outras emissoras do Estado. Há dirigente da entidade que culpa a Copa do Mundo, que atrapalhou o ritmo dos trabalhos, mas ainda sim, pela força e visibilidade que possui, garantir a transmissão da competição pela TV deveria ter sido a prioridade.

O acordo entre a Propague, FCF e os clubes

A agência Propague Serviços de Comunicação Ltda. foi contratada pela Associação dos Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina (SCClubes) para negociar o contrato de televisionamento do Campeonato Catarinense e os contratos de publicidade. Desde então a empresa vinha fazendo isso. Mas esse ano, os clubes deixaram a empresa de fora do contrato de R$ 4 milhões assinado com o Grupo RBS. Alegando (e depois provando) que o acordo foi prorrogado até 2014 e se sentindo prejudicada, a empresa acionou a Federação Catarinense de Futebol (FCF), a Associação dos Clubes e todos os clubes do Catarinão 2013 na justiça.

O processo se iniciou no dia 28 de janeiro e já de cara a empresa conseguiu uma liminar positiva que obrigava o Grupo RBS a depositar em juízo o valor referente aos 12% do contrato (R$ 200 mil). As duas partes chegaram recentemente a um acordo, que foi publicado no dia 8 deste mês, segunda-feira.

No acordo a empresa vai receber agora os R$ 200 mil que estavam depositados em juízo. Ano que vem, nesse mesmo período do ano, ela recebe mais uma parcela de R$ 200 mil (mais reajuste). Deste ano até 2015 a Propague vai ter o direito de colocar uma placa de publicidade nos estádios do Campeonato Catarinense. A placa vai ser a segunda ou terceira a direita da linha de meio-campo do lado onde as câmeras pegam. A placa já vale para o Catarinão 2013. Essa vai ser a terceira placa em que os clubes não vão ganhar nenhum centavo, hoje já têm as placas da Chevrolet e da RBS.

Só Metrô e FCF ainda não foram notificados de processo da Propague

Quem acompanha o processo 023.13.006263-7 da comarca da Capital notou uma curiosidade ontem. Só Metropolitano e Federação Catarinense de Futebol não foram notificados sobre o processo movido pela Propague Serviços de Comunicação Ltda. contra todos os clubes do Catarinão 2013, a Associação dos Clubes e a FCF.

Pelo acompanhamento do processo no site do TJ-SC dá pra ver que a correspondência enviada as outras partes foram entregues. As cartas pra Metrô e FCF voltaram.

Devolução de correspondência – outros motivos
Situação : Mudou-se Destinatário : Clube Atlético Metropolitano

Devolução de correspondência – outros motivos
Situação : Não existe n indicado Destinatário : Federação Catarinense de Futebol

A Propague entrou com a ação por alegar que ainda tem direito a 12% do contrato de televisionamento do Campeonato Catarinense até 2014. Os clubes alegam que o acordo já acabou e, por isso, deixou a empresa de fora do contrato de transmissão da competição desse ano, assinado em janeiro com a RBS TV. A emissora também já foi intimada.

No dia 28 de janeiro foi concedida uma liminar exigindo que a RBS deposite em juízo o valor correspondente aos 12% do contrato até que o processo seja concluído.

Contrato fechado com a TV: tá melhorando, devagar, mas tá

Na sexta-feira os clubes tiveram nova reunião com a RBS, dessa vez para fechar o contrato de transmissão do Campeonato Catarinense – o prazo terminava hoje. Foi fechado um contrato de R$ 4 milhões, por um período de cinco anos. A grande novidade é que os clubes conseguiram um reajuste anual de acordo com a inflação. É uma mixaria, mas não deixa de ser uma evolução e significa um aumento de valor durante a vigência do contrato.

Os contratos com a televisão sempre foram por triênio, mas pelo visto, se a RBS abriu por um lado (o reajuste), conseguiu se amarrar com os clubes por mais tempo (5 anos). Santa Catarina ainda está bem atrás dos vizinhos Paraná e Rio Grande do Sul quanto aos valores, mas a coisa parece melhorar, uma vez que os clubes conseguiram dobrar o valor de um ano pro outro.

As negociações começaram bem complicadas, a RIC correu de cara e a RBS e os clubes não chegavam a um valor. A emissora gaúcho aceitava pagar R$ 3,2 milhões e os clubes queriam R$ 6. Mas no fim acertaram em R$ 4 milhões. Que os clubes se mantenham nas primeiras divisões pra na próxima negociação exigirem ainda mais e começarem e se aproximar dos valores obtidos por outros estados.

Estatuto do torcedor pra quê?

Fico me perguntado pra quê foi feito o Estatuto do Torcedor. Pelo menos aqui em Santa Catarina não vejo ele ser respeitado. Com o grande volume de chuva que deixou parte de Brusque debaixo d’água no sábado, a partida entre o Brusque e o Figueira foi adiada para quarta-feira. Até aí tudo certo. Como a partida seria transmitida na TV aberta pela RBS TV, a Federação Catarinense de Futebol (FCF) decidiu antecipar Marcílio Dias x Joinville das 17h de domingo para às 16h.

Entendo a preocupação da FCF em cumprir o contato com a televisão. Assim como acho justo a RBS querer ter um jogo para ser transmitido, ela pagou por isso. Mas isso não pode estar acima da lei. Há no Brasil um Estatuto do Torcedor, que tem que ser respeitado. Nele diz que uma partida tem que ter dia e horário decidido até 48 horas antes do jogo. Mas Marcílio Dias e Joinville foi mudado em menos de 24 horas, já que a decisão saiu entre o final da tarde e começo da noite de sábado.

Um desrespeito com o torcedor. De sábado para domingo não circula jornal, não tem programas esportivos locais na televisão e tem pouquíssimos programa esportivos de rádio. Com isso, só quem navega pela internet ou foi avisado por algum amigo ficou sabendo da mudança do horário. Muita gente chegou por volta das17 horas no estádio Dr. Hercílio Luz e muitos só foram ligar o rádio perto deste horário, perdendo todo o primeiro tempo da partida. Não tenho dúvida de que vai ter gente acionando, com toda a razão, o Ministério Público.