Essa semana, os líderes do movimento Bom Senso FC se reuniram para apresentarem suas duas principais propostas: o novo calendário do futebol brasileiro e o fair play financeiro. Na tarde de hoje a proposta foi disponibilizada na internet para quem não foi no evento. Nesse post vou ficar apenas na parte do novo calendário que muda praticamente tudo do nosso futebol. Uma coisa interessante é que a maioria dos calendários alternativos montados para tentar resolver esse problema do nosso futebol partem de alguns princípios definidos pela CBF, como os estaduais abrirem o ano.
O Bom Senso mudou isso. Os estaduais viram copas em julho, com eliminatórias no segundo semestre, onde também rolam as copas Verde e do Nordeste. Quatro coisas me agradaram demais: Brasileirão e Copa do Brasil o ano inteiro, respeito as datas Fifas, 30 dias de férias e 30 dias de pré-temporada.
Algumas coisas podem ser mudadas. Com as partidas do Brasileirão rolando apenas nos fins de semana, há espaço sim para os campeonatos estaduais. Gostei da nova data deles, no meio da temporada. Eles não precisam ter um limite de oito datas, podem ter 13 ou 15, mas nunca 20.
No calendário que eles idealizaram, conseguiram cumprir uma promessa feita desde que o movimento surgiu no final do ano passado: aumentar o número de jogos dos clubes pequenos. Há espaço para as equipes jogarem o ano inteiro. A CBF não pode reclamar que querem demais. Os europeus possuem de 45 a 60 dias de pré-temporada, mas eles aceitam 30. Jogam menos de 70 partidas por ano, mas eles aceitam um limite de 85.
Mas ainda faltam algumas coisas nessa proposta. Uma delas é mostrar como tornar viável os modelos de Séries D e E do Campeonato Brasileiro. A Série D ainda é deficitária. Todo ano tem clubes desistindo de jogar a competição por falta de condições, preferindo manter as portas fechadas no segundo semestre. A primeira vista é todo lindo e perfeito, mas ainda não se sabe como fazer esse calendário funcionar. Ainda sim ele já vale como uma proposta diferente e um convite para debatermos. Pena que viúvos da Ditadura habitam a CBF e não nos dão esperança de ver o movimento ser convidado para sentar na mesma mesa e construírem juntos um novo calendário pro futebol brasileiro. Já passou da hora.